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quinta-feira, janeiro 18, 2007

Klever Kolberg e André Azevedo fazem 20º Dakar

Os pilotos brasileiros Klever Kolberg e André Azevedo festejam nesta edição do Rali Lisboa-Dakar, 20 anos na disputa da prova. Com bom humor, os dois recordaram a maneira irresponsável como iniciaram a aventura em 1988, já que desafiaram o deserto sem o mínimo necessário à sobrevivência.

"Foi uma loucura. Hoje temos bons veículos, pessoal de apoio para levar o nosso material e fazemos treinos", observou Kolberg. "Na primeira vez eu tinha 24 anos e, o André, 27, a equipa éramos nós os dois e o que coubesse na garupa da moto. Ainda por cima, nunca tínhamos andado no deserto".

Kolberg lembrou que, sem qualquer experiência, o único resultado só poderia ser o abandono. O facto de terem saído vivos da primeira aventura no Dakar, representou para eles, um lugar no pódio. E a superação como parceira constante é um dos itens obrigatórios para a disputa do Dakar, de acordo com Azevedo. Principalmente porque a cada Km da prova pode surgir uma surpresa. Nesses 19 anos, os dois pilotos colecionaram histórias, umas divertidas e, outras, nem tanto.

"Houve uma vez que eu passava por uma vila e não sei de onde saiu tanta gente. Eles simplesmente cercaram o carro e foi impossível passar", disse Azevedo, acrescentando que "é natural acontecer isso, porque nós representamos para eles a chance de comida por algum tempo. Agora, entrar na frente de um carro a 200 km/h é morte na certa. Por isso, precisamos estar atentos".

Até pelos perigos imprevisíveis, Azevedo admitiu que sentir medo é algo natural na disputa do Dakar. Mas ressaltou que o sentimento não pode influenciar negativamente no desempenho dos participantes. "Sabemos dos riscos, precisamos de conduzir a alta velocidade e, claro, o medo faz parte. Só que ele também ajuda a nos precaver quanto a possíveis surpresas", finalizou Azevedo.

Fonte: Diário da Manhã