PJ da Guiné detem suspeitos do incidente que levou ao cancelamento do Dakar'2008

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau anunciou hoje que deteve, na capital daquele país africano, 4 homens, suspeitos de terem matado, na noite do dia 24 de Dezembro, 4 turistas franceses.

Recorde-se que este incidente, mais uma ameaça concreta do grupo terrorista Al-Qaeda, levou ao cancelamento da edição deste ano do Rali Lisboa-Dakar.

A directora da PJ da Guiné, Lucinda Barbosa Aukarié, disse que os suspeitos são estrangeiros e que foram detidos num hotel de Bissau.

Outra fonte da Polícia afirmou que dois dos 4 detidos confessaram que faziam parte do braço armado da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"

Foto: Lusa (Brasil)

Anulação do Dakar'2008 "dá" prejuizos aos países por onde passava a prova

Enquanto alguns perdem o tempo em contas fúteis, outros lidam com a realidade dos números duros provocados pela anulação do Dakar'2008.

E por muito que organizações como as equipas de fábrica percam, o maior prejuízo vai para os países onde passa a prova, especialmente os africanos, mais débeis.

O governo do Senegal, cuja capital, Dakar, acolhe a chegada, estima a perda em cerca de 2 milhões de euros.

A Mauritânia, país onde, de acordo com informações recolhidas pelos serviços secretos franceses, estavam planeados os atentados, junta danos financeiros aos de imagem.

Soube-se, entretanto, que só Lisboa terá encaixado mais de 15 milhões de euros de retorno em 2007.

Para este ano, o Estado entrou com uma verba na ordem dos 3 milhões de euros que compôs o orçamento entre os 5 e os 6 milhões da parte portuguesa da organização, a Lagos Sport.

Ontem, na SIC Notícias, o principal responsável da empresa, João Lagos, admitiu: "Temos as nossas responsabilidades perante os nossos parceiros. Não espero problemas e compreendo que tenham expectativas de ser ressarcidos" .

Lagos adiantou ainda que a organização francesa, a ASO, "é a dona do Dakar e será ela que terá de decidir quanto às indemnizações [a concorrentes, patrocinadores e parceiros]. Mas não se sabe se os seguros cobrem esta situação na totalidade".

Ontem já tinham sido restituídos os valores das inscrições aos 556 concorrentes (13 mil euros por moto e 22.500/carro).

Em comunicado, a organização revelou que "foi estabelecida uma metodologia única para ser usada pelas duas organizações", que permitirá proceder a indemnizações a partir de amanhã.

Sobre 2009, Lagos reafirmou: "Não sei se haverá mas, como sou optimista, a realizar-se, Lisboa voltará a ser o palco da grande partida".

Mas o peso é grande mesmo para os mais ricos. Dominique Serieys, director do Team Mitsubishi, revelou ontem que "o retorno mediático esperado era de 35 a 40 milhões de euros" – segundo apurámos, os orçamentos das grandes equipas rondam os 50 milhões de euros.

Serieys termina frisando que, "após a cedência [aos terroristas], o formato africano do Dakar chegou ao fim".


Por António Espanhol, jornalista "Record"

Fotos: Lusa (Brasil) e O Jogo

Imprensa estrangeira afirma que futuro do Dakar está em risco

A imprensa estrangeira, nomeadamente os jornais franceses e espanhois, afirma hoje que o futuro do Dakar está em risco.

Os periodicos franceses são os mais fortes no aviso do fim da mais mediatica prova automobilistica, enquanto os espanhois são mais moderados. Mas em qualquer destes países, o fim do Dakar parece uma notícia confirmada.


O Libération escreve hoje que "a anulação desta edição do Dakar pode bem significar a morte dos Rali-Raids no continente africano" e considera "muito difícil" haver uma 31ª Edição, apesar dos organizadores dizerem que tudo vão fazer para se realizar um Dakar em 2009.

O Figaro lança uma notícia sobre o mesmo tema, dando-lhe o título "Rali Dakar vitima de terrorismo". No corpo dessa informação pode-se ler que "inevitavelmente a questão sobre o futuro do Rali tem que ser colocada em cima da mesa, pois este já foi ameaçado num grande número de países africanos, que atravessa desde as suas primeiras edições".

No France Soir também reina o pessimismo, com o jornal a publicar hoje que "a prova parece em perigo devido à destabilização da zona por risco terrorista".

Obviamente que o mesmo tema não podia faltar na maior publicação desportiva francesa. O L'Equipe escreve que "o futuro dirá se a realização de um Dakar em solo africano está ainda no domínio do possível", acrescentando que "como é evidente, para o primeiro acontecimento desportivo de renome internacional directamente anulado devido ao terrorismo, o aumento do perigo no norte do continente não leva ao optimismo".


Apesar da imprensa espanhola ser mais branda num aviso de fim do Dakar, não faltam jornais que noticiam que esse facto pode vir a acontecer.

O El Mundo afirma que a rede terrorista Al Qaeda "matou o Dakar" e que a anulação da prova representa um grande "desastre económico" e uma má notícia para a Africa.

Para os jornais ABC e Razon, o grupo terrorista liderado por Bin Laden também é o grande culpado do cancelamento da prova deste ano. Os titulos que se podiam ler nestas publicações apresenta bem isso: "Al Qaeda liquida Dakar" ou "Al Qaeda dinamita Dakar".

O maior desportivo espanhol, o jornal Marca, também não faltou à critica da rede terrorista e escreve que "Bin Laden sabotou o Dakar".

O único que não fala directamente na Al Qaeda é o jornal regional catalão La Vanguardia, que mesmo assim afirma que "o Dakar esta ferido de morte".


A terminar, recorde-se que o Rali Lisboa-Dakar era para ser disputado a partir de hoje até ao dia 20 de Janeiro, mas ontem, a organização resolveu cancelar a prova devido a ameaças terroristas na Mauritânia, confirmadas pelo governo frances que aconselhou os seus cidadãos a não visitarem aquele país africano, depois de lá terem sido mortos, ainda por razões inexplicaveias, 4 turistas franceses.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"

Fotos: Lusa (Brasil) e O Jogo

ASO cancela Rali Lisboa-Dacar

A ASO, empresa organizadora do Rali Lisboa-Dacar, anunciou, esta manhã, o cancelamento da edição 2008 da mítica prova automobilistica.

Esta decisão foi tomada depois do governo francês ter aconselhado os seus cidadãos a não visitarem a Mauritânia, devido a alegadas ameaças e à morte, ainda inexplicável, de 4 franceses, na noite do dia 24 de Dezembro, neste país africano.

Num comunicado emitido perto do Meio-Dia, a ASO afirma que o Rali é cancelado por "ameaças directas contra a prova" confirmadas "depois de diferentes conversas com o governo francês, em particular com o ministro dos Negócios Estrangeiros".

"Tendo em conta as firmes recomendações (do governo francês), os organizadores do Dacar decidiram anular a edição de 2008 do Rali, programada para de 5 a 20 de Janeiro entre Lisboa e a capital senegalesa", acrescenta o mesmo comunicado.


Já antes, perto das 11 horas, o director de desporto da France Télévisions, Daniel Bilalian, disse ter, quase a certeza, "que a organização vai anunciar a anulação da competição, porque se acontecer o mais pequeno problema, toda a credibilidade desta empresa organizadora será posta em causa".

Bilalian ainda acrecentou, em declarações à Rádio Europe 1, que esta anulação seria "um rude golpe".


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"

Foto: Lusa (Brasil)

Organização do Rali Lisboa-Dacar montará acampamento logistico em Lisboa

Uma cidade móvel com mais de 2.500 habitantes vai ser montada e desmontada diariamente para dar apoio à caravana do Rali Lisboa-Dacar, que começa Sábado na capital portuguesa e termina no Senegal, a 20 de Janeiro.

Cerca de 20 aviões garantem o transporte de mais de três centenas de pessoas e de toda a logística do Rali, contando ainda a organização com cerca de uma dezena de helicópteros para o transporte de fotógrafos, repórteres, médicos e directores da corrida.

O acampamento, que comecerá a ser erguido na Quinta-Feira e será desmontado no dia seguinte, logo após a partida dos competidores, é uma autêntica Torre de Babel, que este ano contará com mais de 50 nacionalidades.


Para quem chegar a tempo do jantar ou para o café da manhã antes da partida, a organização montará um gigantesco restaurante, onde trabalharão mais de 80 pessoas, numa estrutura transportada por 11 camiões.

A saúde dos pilotos também não é deixada de lado. Alguns dos pontos intermediários de controle terão a presença de médicos, para avaliar rapidamente o estado dos pilotos e evitar qualquer tipo de problema.

Ao todo, a estrutura clínica da prova terá 50 pessoas, um hospital equipado com radiologia e bloco operatório, três helicópteros e 14 veículos.


A edição de 2008 do Lisboa-Dacar baterá o recorde de participantes, pois a 21 de Novembro de 2007, estavam inscritos 570 equipas: 245 motos, 20 moto-quatro, 205 carros e 100 camiões.

Na última edição da prova, a região de Lisboa teve um retorno financeiro de 16 milhões de euros, e os 270.000 espectadores gastaram mais de 13 milhões.

Só nos cinco dias da presença da caravana em Portugal, cerca de um milhão de espectadores seguiu de perto o Rali, mais de 270 mil em Lisboa e 700 mil nas outras áreas de competição.

O evento foi transmitido em 185 países durante 634 horas, incluindo 68 com os melhores momentos em Portugal e, em 45% dos artigos publicados na imprensa apareciam as palvras Portugal, Lisboa e Algarve.

Pela primeira vez, nas etapas africanas, as motos serão reabastecidas com uma mistura que contém biocombustível, realçando a importância que a organização dá aos problemas do ambiente.

De acordo com números da organização, mais de 310 mil pessoas estão envolvidas em projetos ambientais, 3.300 receberam formação em gestão de recursos naturais e 57 mil crianças e adultos foram sensibilizados para a prática de boas acções para o ambiente.

Fonte: Lusa (Brasil)